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O Voo Misterioso do Balão Guarda-Chuva

Numa pitoresca vila rodeada por suaves colinas e vastos campos de flores silvestres, vivia um menino chamado Leonardo, cuja imaginação voava tão alto quanto as andorinhas no céu primaveril. Leonardo não era um garoto comum; ele possuía cabelos que pareciam fios de bronze polido e olhos brilhantes como duas esmeraldas reluzentes. O menino adorava aventuras e tinha como melhor amigo um balão de ar quente colorido, que parecia um mosaico de retalhos dançantes no horizonte.

Numa manhã ensolarada, mas com um vento que sussurrava segredos de lugares distantes, Leonardo decidiu que era o dia perfeito para um novo voo. Seu balão, carinhosamente apelidado de Majestoso, estava ancorado no campo atrás de sua casa, balançando levemente como se estivesse ansioso para decolar.

— Bom dia, Majestoso! Hoje, vamos descobrir o que o vento guarda para nós? — exclamou Leonardo com alegria, enquanto preparava o balão para o voo.

Desenrolando a corda com entusiasmo, ele ajustou os controles e acendeu o maçarico que logo inflou o envelope do balão com ar quente. Tudo estava pronto para a decolagem.

— Até logo, mãe! Voltarei a tempo para o almoço! — gritou Leonardo, sabendo muito bem que sua mãe estava acostumada com suas expedições pelo firmamento.

Ao elevar-se no ar, uma brisa suave começou a guiar o Majestoso sobre as colinas. Leonardo observava encantado o desfile de cores e formas embaixo dele, mas logo notou algo estranho em meio aos padrões de sua adorada paisagem. Havia uma clareira na floresta que não recordava ter visto antes, e no meio da clareira… um objeto inusitado.

O objeto era um grande guarda-chuva listrado de azul e amarelo, aberto e apoiado sobre o chão como um telhado para algum ser invisível. Leonardo estava intrigado; ele podia jurar que aquela clareira e seu peculiar habitante não estavam ali na última vez que voara sobre a floresta.

— Que mistério é este? Um guarda-chuva desse tamanho, aqui? Preciso investigar! — murmurou para si mesmo, ansioso pela aventura.

Com destreza, ele manobrou as cordas e o maçarico, e aos poucos, o balão começou a descer em direção à clareira. Ao pousar suavemente no chão, Leonardo atou Majestoso a um tronco próximo e aproximou-se cautelosamente do objeto.

Foi então que uma voz grave e melodiosa rompeu o silêncio do bosque.

— Quem ousa invadir a morada de Umbrelino, o guardião das tempestades?

Leonardo, embora surpreso, não era de recuar diante do desconhecido.

— Eu me chamo Leonardo e venho em paz. Sou apenas um explorador dos céus e fiquei curioso sobre sua morada.

Do interior da sombra projetada pelo guarda-chuva gigante, surgiu uma figura encantadora. Umbrelino era um pequeno homem com roupas de uma tonalidade cinza-tempestade, e olhos tão azuis quanto um céu claro de verão. A expressão de Umbrelino suavizou ao ver a sinceridade nos olhos de Leonardo.

— Bem-vindo então, Leonardo, explorador dos céus. Você encontrou o meu refúgio secreto. Veja, eu controlo as chuvas e os ventos, mas às vezes preciso de descanso, e este lugar é meu santuário — explicou Umbrelino, fazendo um gesto para que Leonardo se sentasse com ele sob a sombra do guarda-chuva.

— Incrível! Então, você cria as tempestades? — perguntou Leonardo, olhando fascinado para o pequeno homem.

— Sim, mas a coisa mais importante que faço é manter o equilíbrio. Quando as terras precisam de água, eu trago a chuva, e quando o sol é necessário, eu mantenho as nuvens afastadas.

A conversa fluiu, e entre histórias de trovões e arco-íris, Umbrelino contou a Leonardo que o guarda-chuva tinha poderes secretos.

— Este não é um simples guarda-chuva. Ele tem o poder de te levar a lugares que nunca viu. Lugares onde o tempo parece outro mundo — disse com um brilho enigmático nos olhos.

Curioso e sedento por descobertas, Leonardo aceitou o convite de Umbrelino para uma viagem que mudaria sua visão do mundo. Quando ambos tocaram o cabo do guarda-chuva, este começou a girar como uma hélice, e um vórtice de nuvens coloridas se formou acima deles. Em um lampejo, foram transportados para outra dimension.

A viagem foi repleta de girassóis cantantes e montanhas que jogavam xadrez entre si. Por fim, pousaram numa terra onde a gravidade parecia dançar conforme a música do vento, e o céu era pintado com as cores de um crepúsculo eterno.

Leonardo sentia-se como um pássaro jubiloso, livre para explorar essa maravilha além do real. Por horas, ele e Umbrelino visitaram as criaturas extraordinárias desse lugar, como o coelho sábio cuja toca era uma biblioteca de conhecimentos esquecidos e as libélulas com asas de vitral que desenhavam auroras no ar.

Quando o crepúsculo começou a desbotar em tons de alvorada, Umbrelino disse que era hora de voltar.

— Todo explorador deve retornar para contar suas histórias, Leonardo. Você será o mensageiro das maravilhas dessa dimensão — assegurou o guardião das tempestades, com um tom de despedida em sua voz.

O guarda-chuva glorioso novamente girou, criando um túnel de luz e cor. A dupla voou de volta por entre as estrelas saltitantes até que o chão familiar da clareira os recebeu novamente com sua serenidade verdejante.

Leonardo expressou sua gratidão ao amigo místico. Umbrelino sorriu e ofereceu ao menino um pequeno pingente em forma de guarda-chuva.

— Guarde isto como lembrança de nossa aventura e um símbolo de que há sempre mais a ser descoberto se simplesmente olharmos com olhos curiosos e coração aberto — afirmou Umbrelino, com um toque de saudade em sua voz.

Com promessas de reencontros em sonhos e voos futuros, Leonardo subiu no Majestoso e acenou até seu novo amigo sumir na bruma da manhã. Ele retornou para casa, onde as histórias de seu voo mágico navegariam nos sorrisos e asas da imaginação das crianças da vila por muitas gerações.

E assim, Leonardo se tornou mais que um menino; ele era agora o porta-voz de mundos escondidos, sussurrando com a brisa, sob as asas do Majestoso e a proteção do guarda-chuva encantado.

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