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O Mistério do Casaco no Campo

Em um vale escondido, cercado por montanhas de pedra brilhante e campos de flores dançantes, vivia um dragão diferente de todos os outros. Seu nome era Braze, e ao contrário de seus irmãos que soltavam fogo, ele possuía o dom de criar belas chamas de cores maravilhosas que aqueciam sem queimar, iluminando as noites do vale.

Apesar de sua habilidade única, Braze se sentia deslocado, pois, na verdade, sonhava em ser um artista. Ele passava seus dias entre os campos, tentando pintar as flores e as montanhas com sua chama colorida, mas sempre acabava chateado por não conseguir capturar a beleza à sua volta da maneira que desejava.

Certo dia, enquanto sobrevoava o campo mais afastado do vale, algo inusitado chamou sua atenção. Lá estava, no meio do verde imaculado, um casaco pendurado em um espantalho. Mas não era um casaco qualquer; suas cores vibravam de forma mágica, como se tivessem sido pintadas com o pôr do sol.

— Que peça extraordinária! — exclamou Braze, aproximando-se para admirar o casaco.

Empolgado com a descoberta, Braze decidiu que aquele casaco seria a tela perfeita para expressar sua arte. No entanto, ao tentar levá-lo consigo, descobriu que o casaco estava enfeitiçado e não podia ser removido do espantalho.

Desapontado, mas não derrotado, Braze decidiu buscar ajuda. Voou até a vila dos Elfos Costureiros, conhecidos por seus trabalhos mágicos com tecidos.

— Bom dia, Seres da Luz! Encontrei um casaco enfeitiçado no campo e preciso de sua ajuda para liberá-lo. — pediu Braze com esperança brilhando em seus olhos.

Os Elfos, fascinados pela história do dragão, concordaram em ajudar. Juntos, formularam um plano: Braze iluminaria o caminho com suas chamas coloridas enquanto os elfos utilizariam seus encantamentos para quebrar a mágica que prendia o casaco ao espantalho.

Ao regressarem ao campo com seus preparativos, foram surpreendidos por uma pequena ave, de penas tão azuis quanto o céu de verão.

— Eu conheço a história desse casaco — piou a ave com seriedade. — Pertenceu a uma guardiã deste vale, que o usava para difundir a alegria e a cor nos corações daqueles que perdiam a esperança. O casaco só será liberado para alguém com um coração puro e a intenção de continuar o seu legado.

Braze, tocado pela história, prometeu à ave e aos habitantes do vale que usaria o casaco para trazer alegria e beleza ao mundo, assim como a antiga guardiã havia feito.

Com essa promessa, os elfos começaram seu encantamento e, sob a luz das chamas coloridas de Braze, o casaco finalmente se soltou do espantalho.

Ao vestir o casaco, Braze sentiu uma onda de inspiração. Suas chamas ganharam vida como nunca antes, dançando pelo ar e transformando o campo em uma obra-prima vibrante de luz e cor. As flores pareciam dançar junto, e até as pedras das montanhas pareciam brilhar com uma nova luz.

As notícias da transformação do vale se espalharam rápido, atraindo criaturas de todos os cantos do mundo. Eles chegavam com curiosidade, mas partiam com corações aquecidos e olhos brilhando de esperança.

— Nunca vi algo tão belo! — exclamavam.

Braze, agora conhecido como o Dragão Artista, ensinava a todos que a verdadeira beleza vem de compartilhar alegria e inspiração com os outros.

— É possível encontrar beleza em qualquer lugar — Braze ensinava. — Mas é ao espalharmos essa beleza que o mundo realmente se ilumina.

Anos se passaram,e o legado do Dragão Artista perdurou, inspirando gerações e transformando o vale em um lugar de encanto e magia para todos que o visitavam. Os campos floresciam com cores nunca antes vistas, as montanhas reluziam à luz do sol, e o próprio céu parecia dançar em agradecimento à arte e generosidade de Braze.

Certa tarde, enquanto estava no campo admirando uma tela de flores coloridas que havia acabado de criar com suas chamas, Braze percebeu uma figura conhecida se aproximando.

— Braze, meu querido amigo! — exclamou o Esquilo, que sempre fora um fiel companheiro do dragão. — O vale nunca foi tão belo como agora, graças a você e ao seu dom incrível.

Braze sorriu, agradecido pela presença do Esquilo e por todas as experiências que havia vivido ao longo dos anos. Juntos, caminharam pelo campo agora brilhante e cheio de vida, lembrando de todas as aventuras que compartilharam.

— Sinto que meu propósito foi cumprido, Esquilo. A beleza e a alegria estão espalhadas por todo o vale, e meu coração se enche de gratidão por fazer parte disso tudo.

O Esquilo assentiu, sabendo que a jornada de Braze como o Dragão Artista havia chegado ao seu auge, mas também compreendendo que novas histórias e desafios aguardavam o dragão.

— Seu coração sempre será um farol de luz e inspiração, Braze. Seja onde for que o vento da aventura o leve, lembre-se de que o vale sempre será sua casa.

Com um último olhar para o campo que agora reluzia sob a luz do sol poente, Braze despediu-se do seu lar, pronto para seguir adiante em busca de novas formas de beleza e inspiração para compartilhar com o mundo.

E assim, o Dragão Artista partiu em sua jornada, levando consigo as memórias e as lições que aprendera no vale, sabendo que, onde quer que fosse, seu fogo colorido continuaria a aquecer os corações daqueles que cruzassem seu caminho.

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