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O Encontro Mágico no Campo

No coração de um vasto campo, onde o aroma das flores competia com o frescor do capim, vivia Dona Maria, uma mãe dedicada e trabalhadora. Rodeada por colinas verdes e árvores frutíferas, ela conduzia a vida simples e repleta de amor com sua família.

Certas manhãs, após acabar seus afazeres, Dona Maria gostava de cantarolar canções antigas enquanto caminhava pela propriedade. Numa dessas manhãs ensolaradas, algo diferente aconteceu. Ela avistou uma galinha peculiar perto do celeiro. De penas brilhantes e olhos vivazes, a galinha parecia ter saído de um conto de fadas.

Curiosa, Dona Maria se aproximou e, para sua surpresa, a galinha começou a cacarejar de uma forma que parecia exigir atenção.

— Pobre criatura, espere só um pouco — disse Dona Maria, aproximando-se gentilmente. — O que será que você quer me mostrar?

Seguindo a galinha, a mãe adentrou uma pequena floresta ao lado do campo, onde jamais havia pisado. O caminho era colorido pelo tapete de folhas caídas e sombreado por grandes árvores centenárias. Quase como se soubesse seu destino, a galinha caminhava com determinação.

— Nunca vi uma galinha tão decidida — pensou Dona Maria em voz alta. — Onde você vai me levar?

Depois de uma curta caminhada, chegaram a uma clareira, e o que encontraram ali foi simplesmente extraordinário: um piano antigo, de madeira escura e polida, estava no meio do espaço. Parecia esperar, como um guardião de segredos há muito esquecidos.

Maravilhada, Dona Maria se aproximou. Hesitante, ela deslizou os dedos sobre as teclas, sem tocá-las. Finalmente, decidiu tocar uma nota, e o som que ecoou pela clareira foi mágico. Cada nota parecia ressoar não só nos ouvidos, mas também no coração.

A galinha cacarejou animadamente, e foi então que Dona Maria percebeu algo peculiar. Nos arbustos, ao redor do piano, havia inscrições gravadas em pedras. Curiosa, ela começou a lê-las em voz alta.

— Aqui, onde magia e música se encontram, o impossível se torna possível — ela murmurou, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.

De repente, a galinha começou a brilhar com uma luz intensa e se transformou em uma figura feminina, radiante e etérea, vestida com um longo manto prateado.

— Quem… quem é você? — Dona Maria perguntou, assombrada.

— Meu nome é Clara — respondeu a figura, com uma voz suave e melodiosa. — Eu estava amaldiçoada a viver como uma galinha até que uma alma pura tocasse esse piano.

Dona Maria, ainda recuperando o fôlego, perguntou:

— E como posso ajudar mais?

Clara sorriu e respondeu:

— Apenas sua ação já me libertou. Mas resta uma última coisa a ser feita. Na colina ao norte, há uma árvore com folhas douradas. Precisamos trazer uma dessas folhas até aqui e colocá-la sobre o piano. Isso garantirá que a magia continue a proteger este lugar.

Determinada, Dona Maria concordou em ajudar. Juntas, elas seguiram em direção à colina, com Clara agora guiando o caminho. A jornada passou a ter outro encanto, uma pitada de mágica que jamais Dona Maria imaginara encontrar em sua vida simples no campo.

Ao chegarem à colina, depararam-se com uma árvore majestosa, cujas folhas brilhavam como ouro à luz do sol.

— Aqui está a árvore dourada — disse Clara, com um sorriso. — Você deve colher uma dessas folhas com todo o cuidado e respeito.

Dona Maria, com delicadeza e reverência, retirou uma folha dourada do galho mais baixo. O brilho da folha refletiu em seus olhos, enchendo seu coração de uma sensação de paz e profunda gratidão.

— Vamos, retornemos ao piano — disse Clara, com um aceno de cabeça.

No caminho de volta, Dona Maria refletiu sobre a incrível aventura que estava vivendo. Nem em seus sonhos mais selvagens, ela poderia imaginar que uma guinada tão fantástica poderia ocorrer em uma manhã comum.

Chegando novamente à clareira, a mãe colocou a folha dourada sobre o piano. O instrumento começou a emitir uma luz suave e pulsante, como se estivesse respirando. Clara sorriu e disse:

— Agora, a magia deste piano está protegida. Agradeço profundamente sua ajuda, Dona Maria.

— Foi um prazer — ela respondeu com um sorriso. — Mas me diga, o que acontecerá agora?

— Eu devo partir — respondeu Clara, sua voz repleta de melancolia. — Mas saiba que esta clareira sempre estará aqui, e o piano também, pronto para quem precisar encontrá-lo.

Com isso, Clara transformou-se novamente em uma luz brilhante e desapareceu no ar. Dona Maria olhou ao redor, sentindo uma mistura de saudade e alegria.

Retornando para casa, ela não pôde deixar de sorrir ao lembrar-se da galinha peculiar e do piano mágico. Estava mais do que certa de que aquele era um segredo que deveria compartilhar com sua família, para que soubessem que a magia pode estar em qualquer canto, até mesmo no mais simples dos campos.

Assim, cada vez que passava pela clareira, Dona Maria não perdia a oportunidade de tocar uma melodia suave ao piano, uma canção que agora carregava as notas de uma aventura inesquecível e o brilho de uma amizade mágica.

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