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A Rainha e o Misterioso Boneco de Neve

Numa noite estrelada, bem no coração de um inverno gélido, a Rainha Marina, governante do reino de Azulândia, estava muito preocupada. Uma valiosa foto de sua família real, herança de incontáveis gerações, havia desaparecido sem deixar rastros. Essa não era uma foto qualquer; dizia-se que ela continha a essência da felicidade e união de seu povo. Sem ela, a magia que mantinha Azulândia próspera e harmoniosa começava a enfraquecer.

— Precisamos encontrar a foto a todo custo, — murmurou a Rainha Marina, enquanto caminhava apressada pelos corredores de seu vasto castelo. Ela decidiu que, pela manhã, iria pessoalmente à busca da foto, pois o destino de Azulândia estava em jogo.

Com o romper da aurora, a Rainha vestiu-se com seu manto azul-celeste bordado com fios de luar e montou em seu valente cavalo, Nevasca. Juntos, partiram para onde os boatos os guiaram: o Museu de História Antiga de Azulândia.

O Museu, uma estrutura majestosa e cheia de segredos, estava tomado pelo silêncio da manhã. À medida que a Rainha Marina adentrava os salões, as antigas armaduras e tapeçarias contavam histórias de eras passadas. De repente, uma leve brisa fria desviou sua atenção para uma sala que ela jamais notara antes.

Com passos cuidadosos e olhos curiosos, a Rainha entrou na sala escondida. Lá, para sua surpresa, encontrava-se um boneco de neve! Mas não era um simples boneco de neve; ele trazia consigo uma expressão peculiar, quase humana, e segurava entre suas mãos de galho uma foto… a foto desaparecida!

— Oh, precioso boneco de neve, como veio parar aqui com a foto de minha família? — falou a Rainha, sua voz misturando admiração e curiosidade.

— Boa pergunta, nobre Rainha Marina, — respondeu o Boneco de Neve, para a imensa surpresa da Rainha. — Eu estava na floresta encantada, admirando a neve cintilante sob a lua, quando uma leve brisa carregou esta foto até mim. Senti uma poderosa magia emaranhada nela, uma magia repleta de amor e união. Por isso, sabia que deveria protegê-la até que pudesse entregá-la ao seu verdadeiro dono.

A Rainha, maravilhada com o inesperado encontro, sentiu uma onda de gratidão e apreço pelo boneco de neve.

— Sua ação trouxe esperança de volta ao meu coração, — disse ela, pegando a foto com delicadeza. — Mas como recompensá-lo por sua generosidade e lealdade?

— Ah, nobre Rainha, minha existência é temporária, como a neve da qual sou feito. Mas se puder fazer um pedido, gostaria de visitar o reino de Azulândia, sentir o calor do seu povo e admirar a beleza de suas terras antes que meu tempo chegue ao fim.

Comovida, a Rainha Marina não só concordou com o pedido, como decidiu fazer mais. Ela usou um antigo encantamento para garantir que, enquanto o boneco de neve estivesse em Azulândia, o calor do sol e o toque do tempo não o afetariam. Assim, ele poderia viver aventuras no reino sem se preocupar em derreter.

Nos dias seguintes, a Rainha e o Boneco de Neve percorreram o reino. Juntos, visitaram vilas pitorescas, dançaram em festas folclóricas e ouviram histórias contadas à beira do fogo. O Boneco de Neve, com sua presença extraordinária, trouxe alegria e fascínio por onde passava, transformando-se numa lenda viva em Azulândia.

A foto, uma vez restaurada ao seu lugar de direito, reacendeu a magia da felicidade e união por todo o reino. Azulândia prosperou ainda mais, e a história do Boneco de Neve e a foto perdida foi contada de geração em geração.

Quanto ao Boneco de Neve, ele se tornou o Guardião Oficial da Foto Real, um título que carregava com orgulho. E, conforme o acordo com a Rainha Marina, ele nunca desapareceu com a chegada da primavera. Em vez disso, tornou-se um lembrete constante da bondade, da coragem e da magia que vive no coração de Azulândia.

Assim, a Rainha Marina e seus súditos aprenderam que, mesmo nos momentos mais frios e obscuros, a esperança pode surgir das mais improváveis circunstâncias. E que, às vezes, os guardiões mais verdadeiros de nossos tesouros não são aqueles que esperamos.

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