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Uma Amizade Inesperada nas Colinas

Em uma bela manhã de outono, Tobi, o valente cachorro pastor, caminhava serenamente pelas colinas ondulantes do Vale Encantado. Suas orelhas peludas vibravam com cada sopro do vento que trazia consigo o aroma doce das flores silvestres. Tobi, de pelagem marrom e olhos brilhantes como duas estrelas, guardava o rebanho de ovelhas com dedicação e alegria.

Mas naquele dia específico, Tobi notou algo diferente. Ao longe, na colina mais alta, uma figura majestosa se destacava contra o céu azul. Era um cavalo, com uma crina esvoaçante e uma pele negra que reluzia sob o sol. Curioso, Tobi decidiu se aproximar, sentindo que algo extraordinário estava prestes a acontecer.

— Olá! — latiu Tobi com entusiasmo, ao alcançar o topo da colina. — Eu sou Tobi! Nunca te vi por aqui antes. Qual é o seu nome?

O cavalo, que estava mordiscando a grama, ergueu a cabeça e respondeu com uma voz aveludada:

— Muito prazer, Tobi. Chamo-me Estrela Negra. Cheguei recentemente e estou explorando estas colinas.

Tobi, sempre amável e hospitaleiro, não pôde deixar de notar algo intrigante sob as patas de Estrela Negra. Era um tapete, mas não um tapete qualquer. Era um tapete que brilhava com cores iridescentes e parecia ter vida própria.

— Estrela Negra, o que é esse tapete? — perguntou Tobi, seus olhos arregalados de curiosidade.

Estrela Negra deu um sorriso enigmático e disse:

— Este é um tapete voador. Ele pertenceu a um grande mago, mas agora está comigo. Só que tem um pequeno problema… Ele só obedece a comandos dados em rimas.

Tobi ficou fascinado. Um tapete voador! Isso poderia ser a aventura de sua vida. Mas, antes que pudesse expressar seu entusiasmo, ouviu um farfalhar nas moitas ao redor. De lá, saíram três raposas espertalhonas, os maiores trapaceiros da região.

— Um tapete voador! — exclamou a primeira raposa, com os olhos brilhando de ganância. — Precisamos dele, irmãs! Podemos ir à cidade e pegar todos os frangos que quisermos!

— Isso mesmo! — concordou a segunda raposa. — Mas primeiro, precisamos enganar esses dois.

A terceira raposa, a mais astuta, sorriu e disse:

— Venham, irmãs. Vamos armar nosso plano.

As raposas se aproximaram com sorrisos falsos no rosto, tornando difícil para Tobi esconder sua desconfiança.

— Olá, amigos! — começou a terceira raposa. — Que belo tapete vocês têm aí! Não gostariam de fazer uma troca?

— Uma troca? — Tobi franziu o cenho. — E o que vocês têm para oferecer?

— Ora, temos muitas coisas valiosas — disse a primeira raposa. — Relíquias, joias e até alguns segredos!

Estrela Negra, porém, notou algo suspeito no olhar das raposas, mas preferiu esperar para ver o desenvolvimento da situação.

— E o que querem em troca? — perguntou Tobi, cauteloso.

A segunda raposa, rápida como um raio, respondeu:

— Apenas esse velho tapete. Não serve para muita coisa, certo?

Tobi e Estrela Negra se entreolharam. A terceira raposa, incansável, continuou:

— Vocês poderiam aproveitar os tesouros que oferecemos, enquanto nós… Bem, faríamos bom uso do tapete.

Tobi, sempre sensato, perguntou:

— E por que estão tão interessadas nesse tapete? Parece que já têm muitas coisas valiosas.

As raposas se entreolharam, sem resposta imediata. Apesar de todo o brilho das promessas e das palavras sedutoras, Tobi sentia que aquela proposta não cheirava bem.

— Vamos pensar um pouco — Tobi sussurrou para Estrela Negra.

A discussão continuou, com as raposas apresentando argumentos cada vez mais rebuscados. No entanto, Tobi foi firme em sua decisão.

— Estrela Negra, acho que devemos manter o tapete — sussurrou Tobi. — Lembra-se da história do pássaro na mão.

Estrela Negra assentiu e disse:

— Sim, compreendo. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Prefiro confiar no tapete que conheço e em nosso próprio esforço.

As raposas, percebendo que não conseguiriam enganar Tobi e Estrela Negra, se afastaram resmungando, mas não antes de lançarem um último olhar de inveja ao tapete encantado.

— Bem, parece que escapamos por pouco — comentou Estrela Negra.

— Sim — Tobi respondeu, aliviado. — Nunca devemos trocar algo valioso por promessas vazias.

Com as raposas longe, Tobi e Estrela Negra decidiram experimentar o tapete voador. Juntos, recitaram uma rima simples:

— Tapete, tapetinho, voa alto como um passarinho!

E assim, o tapete levantou voo, levando-os a uma fantástica jornada sobre colinas, vales e florestas. Lá de cima, viram o mundo de uma maneira que jamais poderiam imaginar.

Voando sobre rios serpenteantes e campos floridos, Tobi e Estrela Negra sentiram a verdadeira magia daquela aventura. Descobriram cachoeiras escondidas, bosques encantados e até fizeram novos amigos, como uma coruja sábia e um coelho contador de histórias.

— Tobi, esta foi a melhor decisão que tomamos — disse Estrela Negra, emocionado. — A verdadeira riqueza está nas experiências e nas amizades que cultivamos.

Tobi concordou e sorriu, sentindo o vento acariciando seu focinho. Eles voaram de volta ao Vale Encantado ao pôr do sol, iluminados pelos tons vibrantes do céu. O tapete pousou suavemente na colina, e ambos desceram com corações cheios de gratidão.

— Mais vale um pássaro na mão do que dois voando — repetiu Tobi, satisfeito.

E assim, Tobi e Estrela Negra aprenderam que é sempre melhor valorizar o que se tem, ao invés de arriscar tudo por promessas dúbias. Eles vivenciaram a verdadeira alegria das pequenas coisas e fortaleceram uma amizade que carregariam para sempre no coração.

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