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O Voo Imprevisto de Pompom e Taurino

Numa paisagem pintada de tons alaranjados pelo sol que se deitava, Pompom, um porco de aparência notável, com sua pelagem de um rosa suave e olhos brilhantes de curiosidade, preparava-se para um passeio diferente dos seus habituais. Ele adorava invenções e havia dedicado vários sábados construindo uma bicicleta especial com rodas ornamentadas e um cesto à frente para levar suas deliciosas maçãs.

— Pensei em tudo! — exaltou-se Pompom, apreciando seu trabalho. — Até um suporte para meu guarda-chuva!

O campo em volta da fazenda era seu ponto de partida preferido e, com sua bicicleta, ele percorria trilhas que serpenteavam entre flores e arbustos. Mas aquele dia tinha algo de diferente no ar, uma centelha de magia depositada pelo vento que sussurrava promessas de uma aventura.

— Pompom! — chamou uma voz vigorosa e profunda.

Pompom olhou para cima. Sobre a colina, estava Taurino, um touro musculoso e de postura nobre, com chifres que mais se pareciam com os galhos de um carvalho antigo. Apesar de seu tamanho imponente, os olhos de Taurino irradiavam uma doçura tranquila.

— Taurino! O que traz você tão longe da sua pastagem hoje?

— Vim te convidar para uma aventura diferente. Que tal trocar a sua bicicleta por um passeio nas nuvens?

— Nas nuvens? — Pompom franziu o focinho, intrigado.

Taurino lhe lançou um sorriso e com um gesto do seu cabeção, indicou o horizonte. O coração de Pompom pulou ao ver um balão de ar quente, gigante e glorioso, encostado bem ao lado de um pequeno celeiro, com suas listras de todas as cores do arco-íris.

— Venha! — Taurino já estava a caminho do balão. — Será um espetáculo inesquecível!

Pompom, sem deixar sua bicicleta para trás, pedalou seguindo Taurino. Ao redor do balão, a grama parecia dançar com a brisa que timidamente o acariciava.

— Que maravilha! — exclamou Pompom, parando ao lado do imenso cesto do balão.

— Ajude-me a preparar para a partida, por favor. — pediu Taurino, passando-lhe um conjunto de cordas.

O porquinho não perdeu tempo. Enquanto Taurino acionava o maçarico, que lançava uma chama envolvente e aquecedora para inflar o balão, Pompom assegurava todos os nós e amarras.

— Pronto! — anunciou Taurino com um sorriso.

— Mas espera aí, e a minha bicicleta?

— Oh, claro! — respondeu Taurino, que com sua força descomunal, acomodou a bicicleta de Pompom com cuidado no cesto.

— Não se esqueça do meu guarda-chuva! — Pompom encaixou o objeto ao lado de sua bicicleta. Afinal, nunca se sabe quando uma chuva irá surpreender.

Com o balão devidamente preparado e de coração leve, eles ascenderam. O mundo embaixo tornou-se uma colcha de retalhos de campos e casas, e o céu uma tela em constante mudança de nuances.

A aventura pelo céu estava emocionante, mas o clima começou a mudar. Nuvens se amontoavam num borbulhar cinzento, e o vento zunia com uma intensidade crescente.

— Parece que vamos ter que usar seu guarda-chuva mais cedo do que planejávamos. — brincou Taurino, embora sua expressão tivesse endurecido levemente.

— Não me diga que… — começou Pompom, quando o balão deu um pulo e guinou para o lado, desviando de uma corrente súbita de ar.

— Temos que manter o controle, Pompom! — gritou Taurino.

Juntos, trabalharam as cordas e o maçarico, tentando estabilizar o balão enquanto o vento os levava em uma coreografia errante e espontânea pelo céu. A chuva resolveu participar, despejando gotas gordas sobre eles.

— O guarda-chuva, Pompom!

Pompom abriu o guarda-chuva, mas o vento era tão forte que o arrancou de suas patinhas, o levando para longe juntamente com algumas risadas nervosas dos aventureiros.

O balão continuou a dançar no céu, mas lentamente, a tempestade foi dando trégua. As nuvens se abriram e o sol, qual rei dos astros, declarou seu reinado novamente com um arco-íris que abraçava o horizonte.

— Conseguimos! — exclamou Pompom, exausto mas radiante.

— Nós, meu amigo, somos uma equipe e tanto!

Quando o balão finalmente pousou, era quase noite, e as estrelas começaram a pontuar o crepúsculo. Pompom levou sua bicicleta, agora um pouco avariada pela aventura, de volta à fazenda. Taurino o acompanhou, garantindo que o porquinho chegasse em segurança.

— Que tal amanhã eu ir na sua pastagem te ajudar a construir uma bicicleta também? — Pompom não conseguia esconder seu entusiasmo aventuresco.

— Será um prazer, Pompom. Podemos talvez inovar com uma versão para dois. — Taurino riu com a ideia.

A lua, agora alta e cheia, lançava seu olhar sereno sobre os dois amigos que, caminhando lado a lado, já planejavam a próxima grande aventura.

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