Voltar à lista
http://O%20Mistério%20do%20Pinguim%20no%20Estábulo%20-%20Uma%20história%20de%20Koalia%20Stories

O Mistério do Pinguim no Estábulo

Numa cidadezinha coberta pelo manto suave da manhã, onde as flores começam a despertar com os primeiros raios de sol, havia um estabulo colorido no fim da estrada de cascalho. O estábulo, com sua madeira envernizada e janelas que pareciam sorrir, era mais do que um lar para cavalos; era o cenário de encontros entre animais e seres de toda a região. Mas entre todos que frequentavam aquele estabulo alegre, ninguém esperava a presença de um novo e enigmático visitante naquele dia.

O policial Tomás, dono de um coração valente e de um bigode que dançava quando ele falava, era o guardião da paz da cidadezinha. Sempre com um sorriso largo e uma palavra amiga, ele zelava para que a harmonia reinasse entre os moradores.

— Bom dia, senhor sol! Vamos ver o que a aventura de hoje nos reserva? — sussurrava ele ao sair de casa e, montando sua fidedigna bicicleta, partia em direção ao trabalho.

No caminho, ele fazia sua rotina de cumprimentar os vendedores, acenar para as crianças a caminho da escola e sorrir para as senhoras que já iniciavam sua prosa diária na pracinha central. Porém, naquela manhã, algo fora do comum chamaria sua atenção.

— Boa manhã, sua coruja sabida! — cumprimentou Dona Gloria, que acordava antes do galo e sabia de todos os acontecimentos antes de acontecerem.

— Boa manhã, Tomás! Você já ouviu falar no visitante estranho do estábulo dos Oliveira? — perguntou ela, com o olhar misturando curiosidade e preocupação.

— Visitante estranho? No estabulo dos Oliveira? — espantou-se Tomás, franzindo o cenho. — Não, estou por fora desse causo.

Dona Gloria abanou a cabeça, fazendo os cachecóis dançarem ao seu redor.

— Pois digo que é verdade. Dizem que tem um bichinho lá que ninguém sabe de onde saiu. O povo tá com o queixo no chão!

Não precisou mais do que isso para acelerar o coração de Tomás. Ele se despediu rapidamente, desejando a Dona Gloria um dia cheio de novidades e pedalou apressado até o estábulo, sua curiosidade criando asas.

Assim que chegou, encontrou Seu Raul, o dono do estabulo, arranhando a cabeça de forma pensativa.

— E então, Seu Raul, me explique essa história de visitante estranho que está agitando a cidade.

— Ah, Tomás, é uma coisa mais curiosa que dança de minhoca na chuva — disse Seu Raul, conduzindo-o para dentro do estábulo. — Olhe ali!

E foi ali mesmo que Tomás avistou, para sua incredulidade, um pinguim. Ele estava paradinho, com um olhar que misturava perplexidade e uma ponta de travessura, em pé sobre o feno.

— Ora, ora, isso sim é uma vista que não se vê todo dia! Como veio parar aqui esse pinguim? — exclamou Tomás, contendo a vontade de rir da situação inusitada.

— Chego bem cedo, como de costume, para cuidar dos animais e me deparo com esse bichinho — explicou Seu Raul, coçando a cabeça ainda mais forte. — Nunca vi tal criatura por aqui e isso me intriga.

Tomás se aproximou devagar, não querendo assustar o pinguinzinho, que o encarava com seus olhos brilhantes como pérolas negras. Ao seu lado, encontrou um estranho objeto, uma chave antiga, que parecia ter muita história para contar.

— Veja, Seu Raul, o que será que essa chave abre? Será que o pinguim a trouxe com ele?

A chave era extraordinária, parecia feita de um metal que não enferruja e tinha gravuras de ondas e estrelas-do-mar enfeitando seu cabo, evocando mistérios do oceano.

— É uma bela chave — disse Seu Raul, admirado. — Talvez ele tenha trazido de alguma terra distante. Mas como ajudamos esse pinguim a voltar para casa?

— Vou descobrir como ele veio parar aqui — determinou Tomás, um sorriso de entusiasmo desenhando caminhos em seu rosto. — E essa chave deve ser a peça que falta nesse quebra-cabeça.

Segurando a chave com cuidado, Tomás notou que ela começava a aquecer na palma de sua mão. Intrigado, se voltou para o pinguim, que, para a surpresa de ambos, acenou com a cabeça como se entendesse o que se passava.

— Parece que você quer nos dizer alguma coisa, né, amigo? — sorriu Tomás, sentindo uma conexão ímpar com o animal.

Subitamente, a chave disparou um brilho cintilante que iluminou todo o estabulo. Os cavalos relincharam, surpresos com a claridade, enquanto as galinhas cacarejavam num coro de espanto. Quando a luz baixou, apareceu à frente de Tomás e do pinguim um baú antigo, feito de uma madeira escura. A chave parecia se mover em direção à fechadura como que comandada por uma força invisível.

Tomás e Seu Raul trocaram um olhar de espanto e satisfação. O que seria que estaria dentro daquele baú? Tomás colocou a chave na fechadura, e ela girou com um clique satisfatório.—

— Será o tesouro de um navio pirata ou um portal para mundos desconhecidos? — questionou Seu Raul, os olhos brilhando com a possibilidade da aventura.

— Seja o que for, estamos aqui para descobrir — respondeu Tomás, a mão firme sobre a tampa do baú.

Com um ranger suave, ele levantou a tampa do baú. Dentro, havia apenas um mapa antigo, com caminhos marítimos desenhados à tinta e uma ilha em forma de coração marcada com um grande X.

— Um mapa do tesouro! — exclamou Tomás, maravilhado com a descoberta.

O pequeno pinguim, agora mais animado e vocalizando sons alegres, caminhou até o mapa e bateu com o bico no desenho da ilha em forma de coração.

— Quem diria, esse pinguim é um verdadeiro capitão de tesouros perdidos — disse Seu Raul, rindo de bom grado.

— Então essa ilha… é o seu lar? — perguntou Tomás ao pinguim, que acenou com vigor.

Uma missão se apresentava clara para Tomás, o intrépido policial de coração valente: ajudar o pequeno pinguim a retornar para sua ilha natal. Mas como?

Recorrendo a seus conhecimentos de cartografia e às maravilhas modernas, Tomás chamou a atenção do grupo de pesquisadores marinhos da região e, com suas descrições e o mapa encontrado, eles foram capazes de identificar a localização da ilha.

— Vamos lá, pinguim! — exclamou Tomás, com um brilho de expectativa nos olhos. — Vamos começar a jornada mais encantadora de todas!

Revezando-se entre bicicleta, barco e companhias amistosas que entraram na aventura, Tomás e seu amigo pinguim trilharam um caminho cheio de descobertas e risadas. Observaram estrelas, dançaram com as ondas e aprenderam canções de marinheiro.

Ao chegarem à ilha em forma de coração, com suas praias de areias douradas e água cristalina, o pinguim deu um pulo de alegria e deslizou em direção a uma colônia de semelhantes, que o receberam com ovações e celebração.

— S

Compartilhar

Deixe um comentário

seventeen − 16 =